sábado, 22 de setembro de 2012

Supino e suas variações

Dentre os exercícios mais utilizados nas academias pelo público masculino, sem dúvida, o mais utilizado e preferido, é o Supino reto. Ele é motivo de uma competição velada entre os praticantes de musculação, pois é comum haver uma comparação entre as cargas mobilizadas neste exercício


O Supino reto é um exercício básico que, por ser multi-articular, solicita um grande volume muscular. Devido à sua boa amplitude de movimento e às altas cargas utilizadas, é um exercício que gera uma atividade elétrica alta da musculatura envolvida, fato que está relacionado com o aumento de força e massa muscular.

Apesar deste exercício ser quase uma unanimidade mundial entre os praticantes de musculação, poucos trabalhos científicos foram realizados até hoje para comparar as suas variações: Supino reto, inclinado e declinado.

Dos escassos trabalhos encontrados na literatura especializada, alguns se destacam.

Barnett, em 1995, observou não haver vantagens em se utilizar o Supino inclinado, quando se objetiva a parte superior do Peitoral. Nesse trabalho não houve uma diferença significativa na ativação elétrica do mesmo. Entretanto, quando o Supino inclinado foi realizado com uma pegada fechada e uma angulação de 40 graus, houve uma maior ação da parte superior do peitoral, apesar de não significativa. Em 2010, Trebs e Branderburg encontraram diferença significativa na ativação da parte superior do peitoral realizando o Supino com uma inclinação de 44 graus e também com uma pegada fechada.

No mesmo trabalho de 1995, Barnett não detectou vantagem em realizar o Supino declinado, na verdade, a atividade elétrica foi menor que no Supino reto, possivelmente pelo fato da amplitude de movimento ser menor.

Sendo assim, a única variação interessante do Supino seria o inclinado com uma angulação de 45 graus, aproximadamente, e com a pegada fechada. As demais variações: Supino declinado e o inclinado com angulações inferiores a 40 graus e com a pegada aberta não teriam um embasamento cientifico para serem utilizados. Não estou desaconselhando as suas prescrições. O intuito deste artigo é apenas embasar os professores para, quando os prescreverem, saberem que estão apenas fazendo uma variação do exercício principal. Sem duvida que é possível utilizar o Supino declinado, por exemplo, de uma forma ética com o seu aluno. É só manipular as variáveis do treinamento: repetições, velocidade, intervalo, amplitude etc.

Sair da rotina é algo tão importante numa relação amorosa quanto numa sala de musculação.



sábado, 30 de junho de 2012

combate à obesidade

Novo milênio, novos costumes, novas tecnologias, novas doenças. O mundo de hoje está vivendo uma epidemia de doenças relacionadas com a inatividade e a má alimentação. A obesidade e as suas co-morbidades (doenças relacionadas) tomaram conta do mundo, ou pelo menos, de boa parte dele.


Uma das exceções é a comunidade Amish (situada, em sua maioria, na America do norte). Os Amishs são um povo que mantêm o modo de vida existente nos séculos 17/18. Não se utilizam de tecnologias modernas, seja na infra-estrutura das suas cidades, seja na forma de locomoção. O povo Amish basicamente se locomove andando.

Em 2004, um estudo realizado por Basset e colaboradores, publicado no periódico Medicine and Science in Sports and Exercise, quantificou, através de um pedômetro, quantos passos um Amish comum dava por dia e verificou o percentual de gordura do mesmo. Foi utilizado, como amostra, homens e mulheres com idade variando entre 18 e 75 anos.

Como resultado verificou-se que, em media, um Amish realiza 18 mil passos e que apenas 4 % da sua população é obesa. Esses dados são impressionantes se confrontados com o resto da população de americanos. Os Estados Unidos, na época deste estudo, estavam com alarmantes 31% (hoje em dia são 35,7%, de acordo com a NCHS) da sua população com obesidade. Enquanto aos 18 mil passos dados diariamente por um Amish comum, é aproximadamente o dobro realizado por um americano comum.

Em recente estudo do ministério da saúde (2012), foi verificada uma incidência de 15,8% de obesidade na população brasileira.

Confesso que as comodidades de hoje em dia são atraentes mas, principalmente no momento que estamos vivendo, com a preocupação de um desenvolvimento sustentável, se faz necessária uma mudança de comportamento. Sendo assim, tire a ferrugem da sua bicicleta e a poeira do seu tênis e pé na estrada.